quarta-feira, 1 de julho de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões: Soneto 038:

Arvore, cujo pomo, belo e brando, natureza de leite e sangue pinta, 
onde a pureza, de vergonha tinta, está virgíneas faces imitando; 
nunca da ira e do vento, que arrancando os troncos vão, o teu injúria sinta; 
nem por malícia de ar te seja extinta a cor, que está teu fruto debuxando; 
que, pois me emprestas doce e idóneo abrigo a meu contentamento, 
e favoreces com teu suave cheiro minha glória, se não te celebrar como mereces, 
cantando te, sequer farei contigo doce, nos casos tristes, a memória.

Nenhum comentário:

Postar um comentário