terça-feira, 7 de julho de 2020

Quarta na Usina: Poetisas da rede: Paula Belmino: Amor é borboleta:

O amor é  delicado como asas de borboletas.

Um vento forte demais esgarça a trama e a sutileza de suas cores.

O amor é  sensível tal como as antenas da borboleta que percebe 

afrontas e rumores de morte, e em qualquer terreno impróprio, desmaia e se esvai.

O amor é uma borboleta frágil e indefesa. Ferida em lugar inóspito,  moribunda, 

anseia a mão que a salve, o coração  bondoso que acolha, 

o jardim que lhe sare das agruras vividas.

O amor nasce e morre todo dia, feito a pequena borboleta machucada, 

com asas dilaceradas, olhos inertes, cores desbotadas...

O amor morre na dor da inospitalidade, mas renasce em um outro jardim, 

numa outra flor, noutras mãos e no coração de quem sabe quanto é  terno o amor,

Leve e raro, como asas de borboletas em dia azul claro.

O amor é uma borboleta, dengosa,

E há  de se ter por ele,  imenso cuidado

Para que renasça sempre em lugar apropriado.

Paula Belmino


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