No
dia seguinte o comendador chamou o caixeiro ao escritório, e disse-lhe:
— Seu Manoel, estou
muito contente com os seus serviços.
— Oh! patrão!
— Você é um empregado
zeloso, ativo e morigerado; é o modelo dos empregados.
— Oh! patrão!
— Não sou ingrato. Do
dia primeiro em diante você é interessado na minha casa: dou-lhe cinco por
cento além do ordenado.
— Oh! patrão! isso não
faz um pai ao filho!...
— Ainda não é tudo.
Quero que você se case com a minha filha. Doto-a com cinqüenta contos. O pobre
diabo sentiu-se engasgado pela comoção: não pode articular uma palavra.
— Mas eu sou um homem
sério, continuou o patrão; a minha lealdade obriga-me a confessar-lhe que minha
filha... não é virgem.
O noivo espalmou as mãos, inclinou a cabeça
para a esquerda, baixou as pálpebras, ajustou os lábios em bico, e, respondeu
com um sorriso resignado e humilde:
—
Oh! patrão! ainda mesmo que fosse, não fazia mal.
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