sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Contos do Sábado na Usina: Artur Azevedo:

 



A MARCELINA III 

Minutos depois, Clorinda estava completamente nua. 
— A senhora é muito bem feita de corpo, disse-lhe, num tom adulatório, 
a costureira, enfiando-lhe pela cabeça a camisa de seda. 
— Acha? perguntou desdenhosamente a atriz. 
— Ah! eu também já fui bem feita de corpo, mas... 
não tive juízo: fiei-me de mais nos homens. Se quer aceitar um conselho, filha, preste mais atenção à sua arte do que a todos esses... gajos, que fazem das mulheres um objeto de luxo e nada mais. Só assim a senhora evitará o hospital e a miséria. 
— Ora esta! exclamou Clorinda. Quem é você, mulher, para me falar assim? 
— Eu sou..... a Marcelina.

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