Havia
Havia naquele tempo tanta coisa,
tanta coisa que subiria depois como um balão azul
quando eu precisasse de um pretexto urgente para
[não me matar...
Havia
a que passava cuidadosamente os meus poemas a [ferro
(e nisso vejo agora a maior poesia deles...)
[não me matar...
Havia
a que passava cuidadosamente os meus poemas a [ferro
(e nisso vejo agora a maior poesia deles...)
Havia a que sabia fingir que me escutava,
que parecia beber até, com seus grandes olhos, os meus solilóquios
(eram tão chatos que só podiam ser solilóquios [mesmo...)
e havia, entre todas, a Eleita,
a que cortava as unhas da minha mão direita
(eram tão chatos que só podiam ser solilóquios [mesmo...)
e havia, entre todas, a Eleita,
a que cortava as unhas da minha mão direita
(agora tenho de recorrer a profissionais...)
e havia, entre as demais,
a que ficou não sei onde esquecida...
a que ficou não sei onde esquecida...
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