terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Quarta na Usina: Poetisas da Rede: Adele Pereira:


 

MORTE

Estou indo a morte, tragicamente sem medo

Nu descalço altivo, no paredão,  sem perdão

Crivado por olhares, eu olho a esmo sem fixar

Não lembro o passado, não penso no futuro  

Sou eu no meu eu, nada preciso vasculhar

Nos labirintos negros, sou Dédalos construtor

Sou flor de lótus, mesmo no lamaçal, alva pura

Integra, intrépida, os tiros aferrolham, a alma 

Vozes se apoderam aleivosa, silencio analisador

Não busco clemencia, sou consequência, que fiz

Não matam-me, morto estava, reviverei, no ar

Caminho para morte, fogueira da não aceitação

Bruxo intelectual, poções de letras, reverberam

Magia, saber, livre opinar, vou lutar, libertar-me  

Adele Pereira

13/12/21

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