Ah! Fortuna cruel! Ah! duros Fados! Quão asinha em
meu dano vos mudastes! Passou o tempo que me descansastes, agora descansais com
meus cuidados.
Deixastes-me sentir os bens passados, para mor dor
da dor que me ordenastes; então nü'hora juntos mos levastes, deixando em seu
lugar males dobrados.
Ah! quanto milhor fora não vos ver, gostos, que
assi passais tão de corrida, que fico duvidoso se vos vi:
sem vós já me não fica que perder, se não se for
esta cansada vida,
que por mor perda minha não perdi.
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