Isto não é um lamento, é um grito de ave de rapina.
Escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém.
Provavelmente a minha própria vida.
Vivam os mortos porque neles vivemos.
Tudo deve estar sendo o que é.
Existe por acaso um número que não é nada? que é menos que
zero? que começa no que nunca
começou porque sempre era? e era antes de sempre?
Do zero ao infinito vou caminhando sem parar.
O corpo é a sombra de minha alma.
Eu me sinto culpado quando não vos obedeço.
Os infelizes se compensam.
Tempo para mim significa a desagregação da matéria.
O tempo não existe. O que chamamos de tempo é o movimento de
evolução das coisas, mas o
tempo em si não existe.
Na eternidade não existe o tempo.
Graças a Deus, tenho o que comer.
Escrever ao som harpejado e agreste a sucata da palavra.
Prescindir de ser discursivo.
Da obra: As Palavras:
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