Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros
corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a
dor
[ (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília,
e os
[ cantos que
esqueceram teus braços e tantos
movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos
altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.
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