O
meu Anjo
da Guarda de asas negras tem
uns olhos tão verdes como os teus.
E a mesma pele mate e... benza-o
Deus!... também teus mesmos lábios
dolorosos... Como o prendeste assim num
sortilégio, para ficares - sempre -
junto a mim?!
Ou fui eu que inventei
tua aparência, nesta longa
loucura sem remédio...
Pois não só neste como
no outro mundo o quanto eu vejo se transforma em ti.
Sei lá se o Anjo entende
uns tais mistérios... Só sei que certa noite o pressenti...
Mas baixei os meus olhos incestuosos e os meus lábios sacrílegos mordi!
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