1º. Marquês de Iria Flavia (Padrón, 11 de maio de 1916 —
Madrid, 17 de janeiro de 2002) foi um escritor espanhol.
Ele
ofereceu seus serviços como informante para o regime de Franco e mudou-se
voluntariamente de Madrid à Galiza durante a Guerra Civil, a fim de se juntar
àquelas forças franquistas.[1]
Foi
membro da Real Academia Espanhola desde 1957 até a sua morte. Recebeu o Nobel
de Literatura de 1989.[2]
Biografia
Começou
o curso de Medicina na Universidade Complutense e assistiu a algumas aulas de
Filosofia e Letras na Universidade de Madrid.
Lutou
na Guerra Civil, integrado no exército nacionalista de Francisco Franco, até
que foi ferido por uma granada errante, tendo aí terminado a sua vida militar.
Uma vez finda a guerra, dedicou-se ao jornalismo e ocupou vários empregos de
carácter essencialmente burocrático, entre os quais o de censurador, que mais
tarde o faria ser bastante criticado.[2]
Em
1944 casou com Rosario Conde Picavea, com quem teve um filho, Camilo José Cela
Conde, nascido em 1946.
No
meio de um panorama caracterizado pela abundância de romances de escassa
capacidade renovadora, em 1942 se produz um acontecimento de singular
importância literária: a publicação de A família de Pascual Duarte (uma dura
história ambientada num pequeno povoado: reflecte o mundo popular e campesino e
a seres primitivos, de instintos primários e grandes paixões, onde destacam o
ódio e a violência). Escrita com uma prosa brutal e crua, foi todo um
acontecimento e deu lugar mesmo a uma corrente, conhecida como «Tremendismo».
Em
1943, Pavilhão de repouso,[2] sucessão de monólogos dos tuberculosos de um
sanatório, aprofunda a linha existencialista, que em A família de Pascoal
Duarte se tinha manifestado na caracterização da vida como algo absurdo.
Em
1948, Viagem a Alcarria descrevia, ainda que sem excessiva crueza, um mundo
rural atrasado e marginalizado, semelhante ao de A família de Pascual Duarte.
A
colméia, a obra mais importante de Cela, inaugura o realismo social dos anos
cinquenta. Seria editado em 1951 em Buenos Aires, já que a censura tinha
proibido sua publicação na Espanha por causa de suas passagens eróticas.[2]
Sempre
inquieto e desejoso de procurar novos caminhos narrativos, sua seguinte novela,
Mrs. Caldwell fala com seu filho (1953), afasta-se do realismo para mergulhar
na mente de uma louca que dialoga com seu filho morto.
Depois
de um longo parêntese, em 1969 publica São Camilo 1936, novela experimental
que, mediante um único monólogo interior, oferece uma descrição surrealista do
primeiro dia da guerra civil num bordel de Madri.
Entre
suas últimas novelas destacam Mazurca para dois mortos (1983), ambientada na
Galiza, e Cristo contra Arizona (1994), que continua sua linha
experimentalista. Sua última obra publicada é Madeira de lei, e tem como
argumento a vida dos pescadores da Costa da Morte.[2]
Herança[editar
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Quando
o escritor morreu em 2002, foi declarado insolvente. Na verdade, não o era. A
sua fortuna real está em 2012 avaliada em oito milhões de euros, mas na altura
foi a forma encontrada pela sua segunda mulher, Marina Castaño – com a
conivência do próprio escritor – para deserdar o filho deste, Camilo José Cela
Conde.
Em
2010, um tribunal decretou que Marina Castaño entregasse cinco milhões de euros
ao herdeiro de Cela, mas a ex-jornalista recorreu da sentença. Em 2012 um juiz
deu razão ao filho[3] .
Obras[editar
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Narrativa[editar
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La
familia de Pascual Duarte (1942)
Pabellón
de reposo (1943)
Nuevas
andanzas y desventuras de Lazarillo de Tormes (1944)
Viaje
a la Alcarria (1948)
La
colmena (1951)
Mrs
Caldwell habla con su hijo (1953)
La
catira (1955)
Judíos,
moros y cristianos (1956)
Tobogán
de hambrientos (1962)
Viaje
al Pirineo de Lérida (1965)
San
Camilo 1936 (1969)
Ofício
de trevas 5 - no original Oficio de tinieblas 5 (1973)
Rol
de cornudos (1976)
Mazurca
para dos muertos (1984). Prémio Nacional de Literatura (Espanha); Premio D.
Dinis (Fundação da Casa de Mateus).
Izas,
rabizas y colipoterras. Drama con acompañamiento de cachondeo y dolor de
corazón (1984)
Nuevo
viaje a la Alcarria (1987)
Cristo
versus Arizona (1988)
Memorias,
entendimientos y voluntades (1993)
El
asesinato del perdedor (1994)
La
cruz de San Andrés (1994). Prémio Planeta.
Madera
de Boj (1999)
Poesia[editar
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Pisando
la dudosa luz del día (1945)
Poesía
completa (1996).
fonte de origem:
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