quinta-feira, 25 de julho de 2019

Poesia De Quinta Na Usina: Florbela Espanca: A ANTO!:



Poeta da saudade, ó meu poeta qu´rido Que a morte arrebatou em seu sorrir fatal, Ao escrever o Só pensaste enternecido Que era o mais triste livro deste Portugal,

Pensaste nos que liam esse teu missal, Tua bíblia de dor, teu chorar sentido Temeste que esse altar pudesse fazer mal
Aos que comungam nele a soluçar contigo!

Ó Anto! Eu adoro os teus estranhos versos, Soluços que eu uni e que senti dispersos Por todo o livro triste! Achei teu coração... Amo-te como não te quis nunca ninguém,

Como se eu fosse, ó Anto, a tua própria mãe Beijando-te já frio no fundo do caixão!

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