O
vento passa lá fora
e
eu, no quadro negro, imóvel
-
ó muro de fuzilamento! Morro sem dizer palavra. O professor parece triste,
talvez por outros motivos.
Manda
sentar-me e eu carrego
ó
almazinha assustada,
um
zero, como uma auréola... Rezai, rezai pelas alminhas dos meninos fuzilados!
Por
que é que nos ensinam tanta coisa?
Eu
queria saber contar só com os dedos da mão! O resto é complicação, um nunca
mais acabar.
Eu
queria mesmo era poder estudar teu corpo todo com a mão
até
sabê-lo de cor como um ceguinho.
E
o vento passa lá fora
com
a sua memória em branco. O que ele viu, nem recorda...
e
eu nada vi: só adivinho!
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