Sei
que choveu à noite. Em cada poça há um brilho [azul e nítido.
Sobre
as telhas, os diabinhos invisíveis do vento [escorregam num louco tobogã.
Um
mesmo frêmito agita as roupas nos varais e os
[brincos
nas orelhas...
Ó
ânsia aventureira! Parece que surgem bandeirolas [nos dedos mágicos dos
inspetores do tráfego... Ah, [que vontade de desobedecer os sinais!
E
mesmo as escolas, onde agora está presa a [meninada, nunca essas escolas
rimaram tão bem [com opressivas gaiolas...
Só
deveria haver escolas para meninos-poetas, onde
[cada
um estudasse com todo o gosto e vontade
o
que traz na cabeça e não o que está escrito nos
[manuais.
E,
se duvidares muito, daqui a pouco sairão voando [todas as gravatas-borboletas,
enquanto os seus [donos atônitos aguardam o sinal verde nas esquinas.
[Decerto
elas foram em busca de novos ares...
Mas
sossega, coração inquieto. Não vês? Sob o azul [cada vez mais azul, a cidade
lentamente está zarpando [para um porto fantástico do Oriente.
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