"São as pessoas que habitualmente me
cercam, são as almas que, desconhecendo-me, todos os
dias me conhecem com o convívio e a fala,
que me põem na garganta do espírito o nó salivar
do desgosto físico. É a sordidez monótona
da sua vida, paralela à exterioridade da minha, é a
sua consciência íntima de serem meus
semelhantes, que me veste o traje de forçado, me dá a
cela de penitenciário, me faz apócrifo e
mendigo."
Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares
Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa)
Fonte: http://www.cfh.ufsc.br/~magno/
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