Mais conhecido como José Geraldo Vieira (Açores, 1897 — São
Paulo, 1977), foi um escritor, tradutor e crítico literário brasileiro.
Notabilizou-se com o romance urbano, no qual se adunavam conflitos de matizes
essencialmente nacionais, preteridos por muitos de seus contemporâneos da
ficção.1 livro 1 Considerado pela crítica um dos mais destacados ficcionistas
contemporâneos, cultivou, em mais de 40 anos de carreira, os mais diversos gêneros
literários, como poesia, conto, romance, ensaio e biografia.2
De origem açoriana, chegou ao Brasil com pouco
menos de um ano de idade. Além da carreira literária, José Geraldo Vieira
exerceu a Medicina e foi professor na Faculdade Cásper Líbero durante 15 anos.
Integrante da Academia Paulista de Letras, onde ocupou a cadeira de número 39
(antes de Monteiro Lobato), também atuou como crítico de artes plásticas no
jornal Folha de S. Paulo e na revista Habitat.1 3 livro 1
Como tradutor, verteu para o português obras de
renomados romancistas franceses e italianos.3 Nos anos 50, assumiu o cargo de
membro titular da Bienal de São Paulo. Faleceu em 1977, aos 80 anos – mais de
40 deles dedicados à literatura.3
Obra:
O poema em prosa "O Triste Epigrama",
publicado em 1920, marcou definitivamente sua estreia na literatura. A obra, de
coloração épica, apresenta como pano-de-fundo elementos pictóricos da Antiga
Grécia e seus deuses cultuados.3 Na trama, um homem solitário e que perdeu a
memória perambula pelas ruas da cidade, adernando entre o desvario e a razão.3
O personagem tem seu destino manipulado ao bel-prazer dos deuses,
característica assinalada em citações como esta:
Cquote1.svg Quem
foi feliz atire às ondas o seu anel,
para que o olhar dos deuses continue desviado para
longe... Cquote2.svg
— José Geraldo Vieira, in "O Triste
Epigrama"
Todavia, a crítica costuma apontar o
"livro-reportagem" A Quadragésima Porta, de 1943, como sua obra de
maior expressão.2 Nele, o escritor retrata o cotidiano de uma agência de
notícias internacional, remetendo, em algumas passagens, à história do primeiro
escritório de tradução de despachos estrangeiros fundado em 1832 pelo francês
Charles-Louis Havas – e que, mais tarde, viria a se transformar na Agência
Havas.2
Já em Mansarda Acesa (1975), reunião de 14 poemas
alegóricos sobre os desvãos e a fugacidade da vida, o autor imprime ao texto
uma estética classicizante, com profusão de construções metalinguísticas e
metaliterárias, aparentada à tensão crítica e problematizadora do neo-realismo
reminiscente da década de 1930.2 3
Características de estilo:
Em sua maioria, as personagens de José Geraldo
Vieira compõem um quadro de ambientação cosmopolita, onde se veem às voltas com
questões intemporais arrostadas pela humanidade desde sempre. Como resultado,
quase toda aventura ficcional é povoada com representações clássicas de uma
burguesia culta e abastada (inspirada na belle époque parisiense) e sua busca
incessante por valores.1 2
A linguagem, por sua vez, é erudita e expressa a
riqueza de intenções simbólicas dos cenários e da trama, contando com arranjos
vocabulares soberbamente vergastados.2
Livros publicados[editar | editar código-fonte]
O Triste Epigrama (1919)
A Mulher que Fugiu de Sodoma (1931)
A Ronda do Deslumbramento (1932)
Em torno do Instinto Sexual (1936)
Território Humano (1936)
A Quadragésima Porta (1944)
A Túnica e os Dados (1947)
Carta à Minha Filha em Prantos (1946)
A Ladeira da Memória (1949)
O Albatroz (1951)
Terreno Baldio (1961)
Paralelo 16: Brasília (1967)
A Mais que Branca (1973)
Mansarda Acesa (1975)
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