(Óbidos, 8 de abril de
1857 — Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1916) foi um escritor, educador,
jornalista e estudioso da literatura brasileira, membro e principal idealizador
da Academia Brasileira de Letras.
Biografia
Nascido em Óbidos, na então província do Grão-Pará,
filho de José Veríssimo de Matos e Ana Flora Dias de Matos, estudou as
primeiras letras em Manaus e Belém. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1869,
para continuar os estudos mas, adoecendo, retorna ao estado natal.
Em Belém colaborou em jornais, além de exercer o
magistério. O ano de 1880 foi um marco em sua vida: viajando pela Europa, tomou
parte do Congresso Literário Internacional, em Lisboa. Em outra viagem ao
Continente europeu, em 1890, profere palestras onde fala da civilização
marajoara e das riquezas da Amazônia.
Foi, em 1891, diretor de instrução do Pará (cargo
hoje equivalente a Secretário de Educação). Neste ano volta ao Rio, onde
leciona na Escola Normal e no atual Colégio Pedro II, do qual foi diretor.
Intensifica seus estudos sobre a literatura
brasileira, republicando a Revista Brasileira - órgão que reunia o melhor das
letras no país - e em cuja sede passaram a reunir-se os intelectuais que
formaram o núcleo fundador da Academia Brasileira: Lúcio de Mendonça, Machado
de Assis (de quem foi grande amigo e defensor), Visconde de Taunay, etc.
Afiliado ao Naturalismo, foi um dos expoentes na
crítica literária e na historiografia das letras no Brasil. Como educador,
teceu importantes análises sobre os problemas do sistema educacional do país na
jovem República, herdeira de problemas como a recente escravidão, e tantos
outros.
Veríssimo foi mais que um fundador do Silogeu
brasileiro: talvez mesmo seu próprio idealizador, ao lado de Lúcio de Mendonça.
A todas as reuniões preparatórias fez-se presente e um dos seus mais assíduos
membros. Ele defendia uma academia voltada exclusivamente à literatura - e por
seus pares haverem eleito um não-escritor (o político Lauro Müller), afasta-se
de forma definitiva em 1912 desta Casa pela qual tanto lutara.
Bibliografia
Dentre suas obras sobre educação e sociologia,
destacam-se:
A Amazônia (ensaio), 1892
Cenas da Vida Amazônica, 1899
História da Literatura Brasileira, 1916
Excerto da História da Literatura
Ao lado de Sílvio Romero e Araripe Júnior, seus
contemporâneos, foi um dos primeiros e maiores historiadores da literatura
brasileira.
De sua obra História da Literatura Brasileira
assoma a crítica e, em especial, uma constante preocupação em se definir um
caráter tipicamente nacional dos escritores do país.
Um exemplo de sua preocupação, ao historiar:
"Confesso haver hesitado na exposição da
marcha da nossa literatura, se pelos gêneros literários, poesia épica, lírica
ou dramática, história, romance, eloquência e que tais, consagrados pela
retórica e pelo uso, ou se apenas cronologicamente, conforme a sequência
natural dos fatos literários. Ative-me afinal a este último alvitre menos por
julgá-lo em absoluto o melhor que por se me antolhar o mais consentâneo com a
evolução de uma literatura, como a nossa, em que os fatos literários, mormente
no período de sua formação, não são tais e tantos que lhes permitam a exposição
e estudo conforme determinadas categorias. Nesse período e ainda no seguinte
aqueles diferentes gêneros não apresentam bastante matéria à história, sem
perigo desta derramar-se ociosamente. Ao contrário expor esses fatos na ordem e
segundo as circunstâncias em que eles se passam, as condições que os determinam
e condicionam e as feições características que afetam, parece fará mais
inteligível a nossa evolução literária com a vantagem de guardar maior respeito
ao princípio da última unidade da literatura. Nesta, como na arte e na ciência,
é conspícua a função do fator individual. Um escritor não pode ser bem
entendido na sua obra e ação senão visto em conjunto, e não repartido conforme
os gêneros diversos em que provou o engenho."
Fonte de origem:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Ver%C3%ADssimo
Nenhum comentário:
Postar um comentário