quarta-feira, 13 de maio de 2020

Quarta Na Usina; Poetisas na Rede: Maria Luiza: JEJUM:


Não acordo
Com teu riso particular
Mas desenho-te
Na fronha branca,
No lençol de fios alvos,
De tramas feitas de premências.
Teu ombro nu
Não me estreitas
Pois há sombra de ausência
Então,
Imagino-te,
Descansando sem permissão de verbos
Em meu colo predestinado,
Morno,
Onde cabem todos os desejos,
Todos os suspiros,
Todos as frases vãs.
Não te ouço
Quando se concluem as tarefas da madrugada,
Só te escuto
Na luz,
Nos lábios mudos da última lembrança.
Não és contrato,
Nem juras,
Nem aliança gravada
Ou linhas assinadas.
És sonho de alma.
És verso,
Canção,
Ou talvez.
ML

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