quarta-feira, 22 de julho de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Florbela Espanca: A FLOR DO SONHO:


A flor do sonho, alvíssima, divina Miraculosamente abriu em mim, Como se uma magnólia de cetim Fosse florir num muro todo em ruína.

Pende em meu seio a haste branda e fina. 

E não posso entender como é que, enfim, Essa tão rara flor abriu assim!...

Milagre... fantasia... ou talvez, sina....

Ó flor, que em mim nasceste sem abrolhos, Que tem que sejam tristes os meus olhos Se eles são tristes pelo amor de ti?!...

Desde que em mim nasceste em noite calma, Voou ao longe a asa da minh´alma

E nunca, nunca mais eu me entendi...


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