quinta-feira, 16 de julho de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Augusto Molarinho de Andrade: OS CACILHEIROS:

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu, oceano, atividades ao ar livre e água

Tempos duros, diferentes

Dos que vivemos agora

Que ninguém pode apagar

Lembranças tão frequentes

Que o poeta traz na hora

Pra quem quiser recordar

Já se foram as varinas

Sumiram-se os sinaleiros

Acabaram as ‘sopeiras’

Foram-se há muito os ardinas

Aguadeiros e leiteiros

Findaram as lavadeiras

Mas no Tejo, velho rio

Reina ufano o cacilheiro

Que segue indiferente aos tempos

Sulca essas águas com brio

Esse marco verdadeiro

Sem os velhos contratempos

Para trás a ansiedade

Trazida p’los nevoeiros

Ou ondas mais alterosas

Culpa da modernidade

Que ajuda os marinheiros

Nas travessias perigosas

Hoje tudo é diferente

Já ninguém fica no cais

Por ventos ou nevoeiros

Transportam um mar de gente

Nas ligações fluviais

Esses velhos cacilheiros

Continua a ser normal

Ver a tremenda canseira

Para atravessar o rio

É esse o maior sinal

Que esta imagem rotineira

Nos conduz ao desvario

É companheiro constante

De gente laboriosa

Que se entre margens se conduz

Torna bem mais fascinante

Lisboa já tão famosa

Pois seu encanto seduz

‘’Alentejano e Poeta’’

Augusto Molarinho de Andrade

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12 de Julho de 2020


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