
Tempos duros, diferentes
Dos que vivemos agora
Que ninguém pode apagar
Lembranças tão frequentes
Que o poeta traz na hora
Pra quem quiser recordar
Já se foram as varinas
Sumiram-se os sinaleiros
Acabaram as ‘sopeiras’
Foram-se há muito os ardinas
Aguadeiros e leiteiros
Findaram as lavadeiras
Mas no Tejo, velho rio
Reina ufano o cacilheiro
Que segue indiferente aos tempos
Sulca essas águas com brio
Esse marco verdadeiro
Sem os velhos contratempos
Para trás a ansiedade
Trazida p’los nevoeiros
Ou ondas mais alterosas
Culpa da modernidade
Que ajuda os marinheiros
Nas travessias perigosas
Hoje tudo é diferente
Já ninguém fica no cais
Por ventos ou nevoeiros
Transportam um mar de gente
Nas ligações fluviais
Esses velhos cacilheiros
Continua a ser normal
Ver a tremenda canseira
Para atravessar o rio
É esse o maior sinal
Que esta imagem rotineira
Nos conduz ao desvario
É companheiro constante
De gente laboriosa
Que se entre margens se conduz
Torna bem mais fascinante
Lisboa já tão famosa
Pois seu encanto seduz
‘’Alentejano e Poeta’’
Augusto Molarinho de Andrade
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12 de Julho de 2020
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