quinta-feira, 2 de julho de 2020

Sexta na Usina: Poetas da Rede: FERNANDO LEAL: POETAR:

Poetar!... Transcender o corpo físico...

Incorporar a alma de um querubim!...

Ah! Poetar... Jogar o tempo ao infinito.

Viver resignado o ardor de uma quimera...

Sentir o lumiar em prosas e versos...

Poetar!... Amear o vernáculo na sua intensa pureza.

Bastar como as querubinas de agora!...

Ah! Poetar... Ser incondicionalmente oração...

Abrir os chacras e viandar além do tangível e do intangível...

Soltar o espírito a outrem sem indignação...

Poetar!... Ser um humano, sendo total... integrar partes...

Paradoxo?... Esta é uma das essências!... Levante à interpretação!...

Ah! Poetar... Passear de mãos dadas pelas ruas sem preconceitos... tomar um sorvete...

Adjudicar ao próximo a próxima reflexão...

Ser e estar em si como um invasor alentador...

Poetar!... Ouvir o som do universo em sintonia...

Tornar vivo o pálido e transformá-lo em audaz...

Ah! Poetar... Não ver... Mas sentir a gota do orvalho a alimentar...

Assim verás o orvalho a acamurçar a flora, numa visão estonteante...

Ser brisa, mar, rios e o deserto como uma sinfonia uníssona...

Poetar!... Viver um idílio e codificá-lo ao mundo sem medo...

Orar a força do amor, sem se importar com o por vir...

Ah! Poetar... É não mensurar, é deixar ao encargo da brisa...

É permitir à métrica a liberdade... As rimas ao sabor dos sentidos em comboio evolutivo...

É estar sempre descontente ao ver uma folha de papel em branco...

FERNANDO LEAL.


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