segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Crônicas de Segunda na Segunda: Auridan Dantas: UMA VIAGEM ARRETADA:



Já viajou de avião de Natal para Maceió? Em certas empresas, você viaja quase o Brasil todo para chegar lá. Porém, no ano passado, consegui um voo da Avianca: Natal-Recife-Maceió, pois estava indo para um evento de Gestão de Pessoas. 
Fui o último a embarcar, pois quando cheguei ao sa- lão de embarque constatei que o avião ainda era do tempo de hélice, e eu queria ver se os demais passageiros iam ter coragem de viajar. 
De repente, a funcionária que conferiu a minha passa- gem no embarque passou por mim quase correndo, e eu fiquei curioso para saber o que estava acontecendo. O fato é que a coitada, além de nos atender no portão de embarque, também é quem nos recepciona na porta do avião, próxima a uma es- cadinha de três degraus (parecida com aquelas de alumínio que temos em casa). 
Foi aí que vi o porquê do avião não encostar-se àque- las passarelas de embarque. Bem baixinho, quase arrastando no chão. 
Como não deu tempo ir ao banheiro no aeroporto, antes da partida pedi para ir ao WC. Foi uma surpresa. Você passa por uma cortina e entra num espaço com um monte de mala (é o bagageiro do avião). Se estiver embriagado e aperta- do, vai urinar nas malas mesmo. 
Ao retornar ao assento, vi a aeromoça com uma ces- tinha distribuindo balas XAXÁ. Rapaz, como sou dentista, fiquei observando o pessoal, em busca de situações engraçadas. Essa bala é daquela que gruda em tudo. Quem usa “chapa” se lasca. Vi um cidadão com um pigarro da peste, e logo descobri que a danada da bala devia ter colado no “pinguelinho” da goela. O bom é o pessoal disfarçando para descolar a bala do céu da boca. É uma agonia. 
Como a aeromoça já sabe disso, logo vem passando com uns copos d’água. Mas essa é uma situação cômica. Como 
o voo é rápido, ela passa quase jogando os copos nos nossos peitos e dizendo: olha a água, olha a água, olha a água... (até parece vendedor de praia), e quando você está no último gole, ela volta recolhendo os copos, dizendo: copos aqui, copos aqui, copos aqui. 
O momento da decolagem é hilário e apavorante ao mesmo tempo. Sacanearam com as aeromoças desse tipo de avião. Além de ser sozinha, a cadeirinha dela fica de frente para o corredor, bem no meio. Nas outras empresas fica todo mundo escondido. Essa coitada tinha as “canetas” bem fininhas. E quando sentou na cadeira e apertou o cinto, você via a se- guinte cena: duas canetinhas bic, bem juntinhas (igual fica num lapiseira), com as mãos no colo, e olhando para um ponto fixo no meio do nada. Pense numa vergonha. 
E a “embalagem” do avião para subir. Tem força não. Você só se lembra dos Flintstones e tem vontade de colocar os pés no chão para ajudar. 
Esse é o preço que se paga para chegar ligeiro.

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