Faz-me
um favor, desvia a alça do vestido...
Desvia
que me aperta, desvia que me aflige.
Sem
receio da carne branca que destapas assim.
Vem
ser o sol do meio-dia numa praia vazia.
Envolve-me
em creme cuidador.
Faz
de mim uma cena preciosa.
Preciosa
demais para ser queimada.
Frágil
demais para ser abandonada.
Desvia
a alça do vestido que sou gaivota ferida.
Não
te assustes.
Sal
e escamas nascem por baixo da minha pele.
Sal
e penas de ave marinha.
Ave
que não quer morrer assim...
Protege-me
do mundo.
Protege-me
de tudo.
Salva-me
de mim.
A
alça do vestido...
Desvia,
sim?...
Publicado
18 hours ago por Glória Vilbro
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