A
pequena mão erguia-se para cima. Determinada no seu propósito, segurou o dedo
gasto e calejado pelo tempo. Nada nele estranhou! Fixou-se firme, na sua
suavidade como seda recebe a firmeza de uma mão que freme através do dedo
intemporal. Une-se o tempo do antes e do depois nas gerações distintas. O tempo
ascende até onde o braço se alonga. Da força dos antepassados emerge a raiz do
mundo que agora descobre, caminhando no amparo que alimenta a força do seu
corpo. Ergue o olhar emoldurando em sonhos a distância do rosto do companheiro,
e a brisa ligeira afaga os seus cabelos deixando um sabor de vida partilhado.
Assim esculpido no tempo que não se apaga, ficam algumas memórias que fluem,
inconfessáveis se tornam nos espaços dos sentidos que as guardam em segredo.
Com a força da vida, firma-se-lhe a mão, e de subido, surgem as palavras do
pequeno petiz… “Pai, olha a... bobolaleta…”
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OS DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR - António Manuel Palhinha
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