Todos nós sabemos que quando se faz uma cirurgia do joelho é necessário ficar um bom tempo com a perna imobilizada. E mesmo após a retirada da imobilização, ainda se passa um bom tempo fazendo fisioterapia para conseguir dobrar o joelho e flexionar a perna.
Pois bem, ao receber o convite de um casal amigo para visitar o apartamento deles, mesmo ainda de muletas, constatei que alguns arquitetos e engenheiros não estão tão preocupados com a moradia em si, mas com o que pode ser oferecido ao redor, tais como: área de lazer com 14 piscinas, 10 churrasqueiras, salão de jogos (nem que tenha só uma mesa para jogar dama), academia de ginástica, etc...
O casal amigo não mora, se comprime. Mas o pior es- tava por vir, pois o assunto não é dos melhores, mas acontece até com a realeza.
Sabe quando o cérebro recebe a informação do in- testino, via whatsapp, e já na versão 4.0, que a situação está complicada, e vem diarreia na velocidade da luz? É naquela situação em que a temperatura ambiente está uns 35°C, mas assim mesmo você se arrepia todinho. Todo mundo vê e já sabe do que se trata, mas você pensa que não. E chega a um ponto que o complô do cérebro, do intestino e do “fresado” já está em passeata, com megafone e tudo. Você se comprime todo para ver se o som do megafone sai abafado. Mas é pior. Com o respeito da palavra - bufa fede mais do que peido.
Então, me levantei e pedi para me indicarem o sanitário. Não acreditei no que vi quando abri a porta.
Na frente, raspando na porta, estava o box (daqueles que do jeito que você entra, tem que terminar o banho, e ja- mais consegue passar o sabonete na sola do pé - a não ser que abra o box). Na esquerda, encostado à porta, estava o vaso
sanitário. E na sua frente, uma minúscula pia, em cima de um minúsculo armário. Entre o box e o armário da pia havia um pequeno espaço.
Esse preâmbulo todo, mas a merda já estava pronta, e a decisão tinha que ultrarrápida. Questão de segundos. O que acontecia: sem poder dobrar o joelho, não vi como sentar no vaso sanitário. Sou tão azarado, que a brechinha entre o Box e o armário da pia servia para a perna esquerda, mas eu operei a direita.
Como o cérebro já havia liberado a encomenda, o intestino é submisso e já acatou sem questionar, só restava eu confiar num abestalhamento do “fresado”. Numa titubeada dele, eu sentei lateralmente, com as pernas estiradas para trás da porta fechada.
Pronto: veio à avalanche. Num momento de calamidade pública, devem-se seguir as regras. Mas o sacana do “fresado” abriu as comportas sem sequer esperar pela sirene que toca para a “população evacuar”.
Terminado o serviço, veio outro problema. Como fazer a limpeza do “fresado”, se ao sentar lateralmente, não fica aquele espaço oval dos vasos sanitários em que conseguimos enfiar a mão com o papel em branco e que sai timbrado? Fiquei lembrando que nas penitenciárias, nos banheiros de avião e nos banheiros de shopping, há espaço para estirar as pernas. Menos nos apartamentos novos.
Fiz uma ginástica miserável, mas consegui. Sai tão suado que o colega falou: sair do frio para o calor nessa ve- locidade pode dar choque térmico.
Educadamente, pensei: vai te reiiaaarrrrrrr.
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