quarta-feira, 6 de julho de 2022

Poesia de Quinta na Usina: Alphonsus Guimarães:


Os Sonetos

VIII

Vagueiam suavemente os teus olhares
Pelo amplo céu franjado em linho:
Comprazem-te as visões crepusculares...
Tu és uma ave que perdeu o ninho.
Em que nichos doirados, em que altares
Repoisas, anjo errante, de mansinho?
E penso, ao ver-te envolta em véus de luares, Que vês no azul o teu caixão de pinho.
És a essência de tudo quanto desce Do solar das celestes maravilhas...
Harpa dos crentes, cítola da prece...
Lua eterna que não tivesse fases, Cintilas branca, imaculada brilhas,
E poeiras de astros nas sandálias trazes...


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