— 18 —
Oh Musa de Guiné, còr de azeviche,
Estatua de granito denegrido,
Ante quem o Leão se põem rendido,
Despido do furor de atroz braveza;
Empresta-me o cabaço d'urucungo, (1)
Ensina-me a brandir tua marimba,
Inspira-me a sciencia da candimba, (2)
A's vias me conduz d'alta grandeza.
Quero a gloria abater de antigos vates,
Do tempo dos Heroes armipotentes;
Os Homeros, Camoens—aurifülgentes,
Decantando os Baroens da minha Pátria!
Quero gravar em lúcidas columnas
Obscuro poder da parvoice,
E a fama levar da vil sandice
A's longínquas regioens da velha Bactria!
Quero que o mundo, me encarando, veja
Hum retumbante Orpheo de carapinha,
Que a Lyra despresando, por mesquinha,.
Ao som decanta de Marimba augusta;
E, qual outro Arion entre os Delfins,
Os ávidos piratas embaindo—
As ferrenhas palhetas vai brandindo
Com estylo que presa a Lybia adusta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário