CREPÚSCULO
Teus olhos,
borboletas de ouro, ardentes Borboletas de sol, de asas magoadas, Pousam nos
meus, suaves e cansadas Como em dois lírios roxos e dolentes...
E os lírios
fecham... Meu amor não sentes? Minha boca tem rosas desmaiadas,
E a minhas
pobres mãos são maceradas Como vagas saudades de doentes...
O silêncio
abre as mãos... entorna rosas... Andam no ar carícias vaporosas
Como pálidas sedas, arrastando... E a tua boca rubra ao pé da minha
É na suavidade da tardinha.
Um coração ardente palpitando...
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