LÁGRIMAS DE
CERA
Passou; viu a porta aberta.
Entrou; queria rezar.
A
vela ardia no altar.
A igreja estava
deserta.
Ajoelhou-se defronte
Para fazer a oração;
Curvou a pálida fronte
E pôs os olhos no chão.
Vinha trêmula e
sentida.
Cometera um
erro. A Cruz
É
a âncora da vida,
A esperança, a
força, a luz.
Que rezou? Não sei. Benzeu-se
Rapidamente. Ajustou
O
véu de rendas. Ergueu-se
E à pia se
encaminhou.
Da vela benta que ardera,
Como tranqüilo fanal,
Umas lágrimas de cera
Caíam no castiçal.
Ela porém não vertia
Uma lágrima sequer.
Tinha
a fé, — a chama a arder, —
Chorar é que
não podia.
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