III
Morrem as
estações, morrem os tempos!
Morrem os
dias, como as noites morrem:
Também
acaba o homem —
E o Anjo
do extermínio, desdenhoso,
Encara
estultas pompas, que distinguem
O servo
do senhor, o rei dos povos;
E fazendo
correr-lhes pelas frontes
A rasoura
da morte, traça o nível.
Que cabe
aos homens todos.
Tudo no
mundo expira:
Só
sobranceiro à lousa o Gênio altivo
Nos vôos
acompanha a eternidade!
Soberbo
em seu poder persegue a morte,
E
consegue vencê-la,
Mil
vítimas lhe arranca,
E da
imortalidade nos altares
As mostra
coroadas.
Em vão do
manto esquálido
A bárbara
sacode o voraz verme
No
cadáver do sábio;
Lá desce
o Gênio intrépido,
Em vão as
frias cinzas lhe arremessa
Nos
abismos do olvido;
E, ao
lume da lanterna da memória,
Ajunta as
cinzas, sopra o fogo santo
Da santa
poesia,
O sábio
ressuscita e pasma o mundo!
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