Pelos jardins da alma ...
O sol, mais uma vez, se despede das
praças vazias ... das casas fechadas que abrigam as famílias ...
Um silêncio inquietante anuncia que
ainda por algum tempo tudo seguirá igual ...
Dentro dos lares, cenas se repetem e se
repetem ... A rotina consome as energias de quem se esgota mais emocionalmente
do que fisicamente ...
Mais frequentes as reflexões, muitos se
questionam sobre como tudo ficará ...
Avós distantes dos netos, mães
distantes dos filhos, amigos separados, amores afastados ...
Empresas funcionando em esquema de
escala ...
O país, praticamente parado ... um
gigante acorrentado ...
A brisa fria já adentra os lares pelas
frestas das poucas janelas ainda abertas ...
As ruas desertas parecem dormir
profundamente ...
As igrejas estão agora vazias ... A
solidão de Cristo no sacrário nunca foi tão grande ... nem a solidão dos homens
...
Parece que o vírus desta pandemia,
espalhou outras pandemias de tristeza, dor e saudades ...
Lágrimas correm pelas faces daqueles
que apanham seus telefones e correm o dedo sobre a galeria de fotos ... nem
precisa ir tão longe ... uma saudade brutal da vida de semanas atrás ...
A fragilidade humana se desenha numa
clareza que assusta.
Muitos agora, recolhidos, estão se
redescobrindo e reencontrando o sentido da vida ...
Muitos agora, olham para dentro de si e
encontram respostas que antes não podiam ver ou ouvir devido à rotina de
trabalho diário que fazia a todos ficarem cegos e surdos para o óbvio ...
Phoenix
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