quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Poesia de Quinta na Usina: Luís de Camões:

 



016

Se as penas com que Amor tão mal me trata quiser que tanto tempo viva delas
que veja escuro o lume das estrelas em cuja vista o meu se acende e mata;
e se o tempo, que tudo desbarata, secar as frescas rosas sem colhê-las,
mostrando a linda cor das tranças belas mudada de ouro fino em bela prata;
vereis, Senhora, então também mudado o pensamento e aspereza vossa, quando não sirva já sua mudança.
Suspirareis então pelo passado, em tempo quando executar-se possa em vosso arrepender minha vingança.

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