terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Quarta na Usina: Poetisas da Rede: ANA NOBRE:


 

QUANDO A ALMA ADOECE

É como um vento que corre

Esconde-se entre ruas e vielas

Nas sombras do presente e do passado

Que silenciosamente invade

O teu e o meu pensamento

No nosso recanto agora desfeito atormentado

Onde meus lábios famintos procuram os teus…

O meu lento vaguear                                               

Por entre as sombras do nosso passado

Não se esquece de te chamar…

A noite adivinha a aurora molhada

E os beijos secam na boca

E eu fico ansiando louca

Pela tua chegada…

A minha alma insatisfeita

Aproxima-se da tua

E ficamos frente a frente

Adormecidos na sombra 

Lá navegamos submersos

Nas manhãs de nevoeiro e névoa

Onde nascemos e florescemos

Num desejo inquieto 

Sem começo nem fim…

O vento da alma chama por ti

Vezes sem conta

Grita clama num desespero sem calma

Agora que as folhas de outono começam a cair

E em breve chega o inverno…

Nas folhas do nosso amor

No calor dos dias vindouros

Pressinto o nosso caminhar

Como se não soubéssemos andar

Sem cantar ou chorar…

No anoitecer da vida chega o frio

Que seca no peito o calor dos desejos

Naufragados no mar

Depois de olhar o coração mutilado

Pelo desejo imaculado…

Chega então o sol e nos envolve

Com seu calor sem rumor!

Autora: ANA NOBRE 

PORTUGAL 2022. JANEIRO

Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto 

e 2ª versão (a mais recente) Lei nº 49/2015 de 05/06.

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