QUANDO A ALMA ADOECE
É como um vento que corre
Esconde-se entre ruas e vielas
Nas sombras do presente e do passado
Que silenciosamente invade
O teu e o meu pensamento
No nosso recanto agora desfeito
atormentado
Onde meus lábios famintos procuram os
teus…
O meu lento vaguear
Por entre as sombras do nosso passado
Não se esquece de te chamar…
A noite adivinha a aurora molhada
E os beijos secam na boca
E eu fico ansiando louca
Pela tua chegada…
A minha alma insatisfeita
Aproxima-se da tua
E ficamos frente a frente
Adormecidos na sombra
Lá navegamos submersos
Nas manhãs de nevoeiro e névoa
Onde nascemos e florescemos
Num desejo inquieto
Sem começo nem fim…
O vento da alma chama por ti
Vezes sem conta
Grita clama num desespero sem calma
Agora que as folhas de outono começam a
cair
E em breve chega o inverno…
Nas folhas do nosso amor
No calor dos dias vindouros
Pressinto o nosso caminhar
Como se não soubéssemos andar
Sem cantar ou chorar…
No anoitecer da vida chega o frio
Que seca no peito o calor dos desejos
Naufragados no mar
Depois de olhar o coração mutilado
Pelo desejo imaculado…
Chega então o sol e nos envolve
Com seu calor sem rumor!
Autora: ANA NOBRE
PORTUGAL 2022. JANEIRO
Todos os Direitos de Autor reservados
nos termos da Lei 50/2004 de 24 de Agosto
e 2ª versão (a mais recente) Lei nº
49/2015 de 05/06.
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