quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Sexta na Usina: Poetas da Rede: Miguel Angelo Teixeira:


 

TOCO-TE (SENTES-ME?)

Toco-te, (sentes-me?), beijo-te e desejo, anseio

que em cada toque me sintas e suspires também,

que em cada beijo ferva o sangue e transborde a vontade,

da fome não saciada dos dentes cravados

às línguas molhadas que se confundem

no beijo longo, intenso de tão desejado.

Toco-te, (sentes-me?), beijo-te e desejo, anseio,

deixo as marcas dos dedos urgentes na tua pele à força,

à imagem do dono como estranha tatuagem, lutas,

dominas, cedes, fraquejas, pertences, libertas-te,

no estertor de um orgasmo que se escapa despido de pudor,

ensinas e aprendes, partilhas o prazer em gemidos

que se libertam no cio da carne trémula, indefesa.

Toco-te, (sentes-me?), beijo-te e desejo, anseio,

liberto a nudez carente da alma perdida em chamas,

dos seios que se erguem altivos e provocantes,

da boca esfomeada, do corpo que se debate desenfreado,

no abraço apertado que não se quer desfazer, do sexo

e de  tudo resto que se esquece no amplexo das tuas pernas.

Toco-te… Sentes-me?

Miguel Angelo Teixeira

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