Meia-noite.
Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta
ardência orgânica da sede,
Morde-me
a goela ígneo e escaldante molho.
“Vou
mandar levantar outra parede...”
--
Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a
um olho, Circularmente sobre a minha rede!
Pego
de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra. Que ventre
produziu tão feio parto?!
A
Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Nenhum comentário:
Postar um comentário