(Parral, 12 de Julho de 1904 — Santiago, 23 de setembro de
1973) foi um poeta chileno, bem como um dos mais importantes poetas da língua
castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 — 1938) e no México.
Neruda recebeu o Nobel de Literatura em 1971.
Pablo Neruda nasceu em Parral, em 12 de julho de 1904. Era filho de
José del Carmen Reyes Morales, e de Rosa Basoalto Opazo, morta quando Neruda
tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo
Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a
vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.1
Em 1906 seu pai se transferiu para Temuco, onde se casou com Trinidad
Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso
que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", com o nome de Mamadre.
Estudou no Liceu de Homens dessa cidade e ali publicou seus primeiros poemas no
periódico regional A Manhã. Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais
de Maule com o poema Noturno Ideal.
Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia em francês na
Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o
poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista
Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores
como Raúl Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento
seus Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, no que ainda se nota uma
influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação
formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936: O
habitante e sua esperança, Anéis (colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do
homem infinito.
Em 1927 começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul
em Rangum, na Birmânia. Em suas múltiplas viagens conhece em Buenos Aires
Federico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935, Manuel
Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista Cavalo verde para a poesia
na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a
edição madrilenha de Residência na terra.
Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola; Neruda é destituído do cargo
consular e escreve Espanha no coração. Em 1945 é eleito senador. No mesmo ano,
lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder
comunista Luís Carlos Prestes. Em 1950 publica Canto Geral, em que sua poesia
adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica Os Versos do Capitão e
em 1954 As uvas e o vento e Odes Elementares.
Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La
Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a
quem havia dedicado Os Versos do Capitão. A casa foi uma de suas três casas no
Chile, as outras estão em Isla Negra e Valparaíso. "La Chascona" é um
museu com objetos de Neruda e pode ser visitada, em Santiago. No mesmo ano,
recebeu o Prêmio Lênin da Paz.
Em 1958 apareceu Estravagario com uma nova mudança em sua poesia. Em
1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de
Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Após o
prêmio, Neruda é convidado por Salvador Allende para ler para mais de 70 mil
pessoas no Estadio Nacional de Chile.
Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata.
Depois do golpe militar de 11 de setembro sua saúde havia se agravado e no dia
19 é transferido com urgência de sua casa na Isla Negra para Santiago, onde
veio a morrer no dia 23 às 22 horas e 30 minutos na Clínica Santa Maria. Em
2011 um artigo2 recolheu declarações de Manuel Araya Osorio, assistente do
poeta desde novembro de 1972 até sua morte, quem assegurava que Neruda havia
sido assassinado na clínica com uma injeção letal. A casa de Neruda em Santiago
foi saqueada depois do golpe encabeçado pelo general Augusto Pinochet e seus
livros, incendiados. O funeral do poeta foi realizado no Cementerio General.
Teve a presença dos membros da diretiva do Partido Comunista, mesmo estando em
condições de perseguidos pelo regime terrorista de Pinochet. Ainda que cercados
por soldados armados, escutou-se desafiantes gritos em homagem a Neruda e
Salvador Allende, junto a entonação da Internacional. Depois do funeral, muitos
dos participantes não puderam fugir e acabaram engrossando a lista de mortos e
desaparecidos pela ditadura.
Encontra-se sepultado em sua propriedade em Isla Negra, Santiago, no
Chile.3 Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título
Confesso que vivi .
Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e
O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua
história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme,
que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda
teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede
para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do
povoado).
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 70, Neruda abriu
mão de sua candidatura para que Allende vencesse, pois ambos eram marxistas e
acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, poderia ocorrer
com o socialismo. De acordo com Isabel Allende, em seu livro Paula, Neruda
teria morrido de "tristeza" em setembro de 1973, ao ver dissolvido o
governo de Allende. A versão do regime militar do ditador Augusto Pinochet
(1973-1990) é a de que ele teria morrido devido a um câncer de próstata. No
entanto, fontes próximas, como o motorista e ajudante do poeta na época, Manuel
Araya, afirmam com insistência que o poeta teria sido assassinado4 5 , estando
a própria justiça do Chile a contestar a versão oficial sobre a sua morte. Em
Fevereiro de 2013, um juiz chileno ordenou a exumação do corpo do poeta, no
âmbito de uma investigação sobre as circunstâncias da morte6 .
O juiz Mario Carroza, que anteriormente havia aberto uma investigação
para esclarecer as circunstancias da morte de Neruda, ordenou, depois de 20
meses de interrogatórios e perícias, a exumação do corpo do poeta. Em novembro
de 2013, Patricio Bustos, diretor do Serviço Médico Legal do Chile, deu a
conhecer os resultados dos exames toxicológicos realizados nos EUA e Espanha,
que descartaram que Neruda havia sido envenenado e confirmou-se que seu
falecimento foi produto de um avançado câncer de próstata.7 Porém, Rodolfo
Reyes, sobrinho do poeta, insistiu que uma terceira pessoa estava envolvida na
morte de Neruda e anunciou que se pedirá novas investigações.8
Obra:
Frase de Neruda pichada em Feira de Santana, Bahia, Brasil.
Crepusculario. Santiago, Ediciones Claridad, 1923.
Veinte poemas de amor y una canción desesperada. Santiago, Nascimento,
1924.
Tentativa del hombre infinito. Santiago, Nascimento, 1926.
El habitante y su esperanza. Novela. Santiago, Nascimento, 1926.
(prosa)
Residencia en la tierra (1925-1931). Madrid, Ediciones del Arbol, 1935.
España en el corazón. Himno a las glorias del pueblo en la guerra:
(1936- 1937). Santiago, Ediciones Ercilla, 1937.
Tercera residencia (1935-1945). Buenos Aires, Losada, 1947.
Canto general. México, Talleres Gráficos de la Nación, 1950.
Todo el amor. Santiago, Nascimento, 1953.
Odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1954.
Nuevas odas elementales. Buenos Aires, Losada, 1955.
Tercer libro de las odas. Buenos Aires, Losada, 1957.
Estravagario. Buenos Aires, Losada, 1958.
Cien sonetos de amor (Cem Sonetos de Amor). Santiago, Ed.
Universitaria, 1959.
Navegaciones y regresos. Buenos Aires, Losada, 1959.
Poesías: Las piedras de Chile. Buenos Aires, Losada, 1960.
Cantos ceremoniales. Buenos Aires, Losada, 1961.
Memorial de Isla Negra. Buenos Aires, Losada, 1964. 5 vols.
Arte de pájaros. Santiago, Ediciones Sociedad de Amigos del Arte
Contemporáneo, 1966.
Fulgor y muerte de Joaquín Murieta. Bandido chileno injusticiado en
California el 23 de julio de 1853. Santiago, Zig-Zag, 1967. (obra teatral)
La Barcaola. Buenos Aires, Losada, 1967.
Las manos del día. Buenos Aires, Losada, 1968.
Fin del mundo. Santiago, Edición de la Sociedad de Arte Contemporáneo,
1969.
Maremoto. Santiago, Sociedad de Arte Contemporáneo, 1970.
La espada encendida. Buenos Aires, Losada, 1970.
Discurso de Stockholm. Alpigrano, Italia, A. Tallone, 1972.
Invitación al Nixonicidio y alabanza de la revolución chilena.
Santiago, Empresa Editora Nacional Quimantú, 1973.
Libro de las preguntas. Buenos Aires, Losada, 1974.
Jardín de invierno. Buenos Aires, Losada, 1974.
Confieso que he vivido. Memorias. Barcelona, Seix Barral, 1974.
(autobiografia)
Para nacer he nacido. Barcelona, Seix Barral, 1977.
El río invisible. Poesía y prosa de juventud. Barcelona, Seix Barral,
1980.
Obras completas. 3a. ed. aum. Buenos Aires, Losada, 1967. 2 vols.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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