sábado, 5 de novembro de 2022

Domingo Na Usina: Biografias: Carmen Lúcia de Oliveira:




É uma escritora brasileira. Fez pós-graduação em Literatura pela Universidade de Notre Dame. Escreveu artigos para os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e para a revista Bravo!. Seu romance Flores Raras e Banalíssimas, sobre a relação amorosa entre Elizabeth Bishop e Lota de Macedo Soares, inspirou o flme Flores Raras, de Bruno Barreto.
São poucas as biografias da produção nacional em que a emoção é tão bem administrada. Certamente é a única em que a emoção feminina prevalece e encanta.
– Elio Gaspari
Flores raras e banalíssimas presta inestimável serviço: perpetua de forma inesquecível a memória de Lota de Macedo Soares e, no processo, preenche uma lacuna crucial na biografia de Elizabeth Bishop.

– The New York Times
Em dezembro de 1951, Elizabeth Bishop desembarcou no Rio para uma escala de dois dias de uma longa viagem em que buscava um sentido para sua vida. Encontrou Lota de Macedo Soares e ficou 16 anos. Flores raras e banalíssimas, da escritora e tradutora carioca Carmen L. Oliveira, conta a história desse amor entre a poeta americana e a esteta brasileira, veemente e dramático, sob o pano de fundo do Brasil dos anos 50 e 60.

Lançado pela Rocco em 1995, o livro, que vem ganhando sucessivas reimpressões e cativou leitores tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde recebeu os prêmios da American Library Association e Lambda Literary Award, chegou aos cinemas pelas mãos do diretor Bruno Barreto. Gloria Pires e Miranda Otto encarnam Lota e Bishop, respectivamente, para reconstruir na tela um dos mais formidáveis casais femininos da história recente.
Em sua dupla biografia, Carmen Oliveira mostra que os primeiros tempos de vida em comum, junto à mata de Samambaia, em Petrópolis, foram de grande felicidade para Lota e Bishop. Esta pode ser medida pelo fato de que moraram durante anos em uma casa em construção, compensando a precariedade com uma intensa devoção. Assumiram sua homossexualidade com surpreendente naturalidade para a época. Bishop escreveu alguns de seus mais marcantes poemas em Samambaia, conseguindo se afastar do alcoolismo.

Em 1961, Lota embarcou no ambicioso projeto de idealizar e administrar a construção de um parque à beira-mar, no aterro do Flamengo. O casal teve que se mudar para o Rio. A visão urbanística de Lota esbarrava em interesses gananciosos e seus conceitos avançados de lazer e estética não encontravam ressonância na burocracia e na política. Lota foi-se ausentando cada vez mais de casa e, com imenso desgaste, canalizando suas energias para superar os obstáculos sistematicamente colocados pelos que consideravam seu plano visionário.
Bishop, antes apaziguada na casa na neblina, viu-se só, no burburinho da cidade grande. Seu melhor depoimento sobre a cruel transição entre a exuberância natural de Samambaia e o terror urbano está em seus poemas, nos quais a bromélia é substituída por uma cadela sarnenta e, em vez das imagens sensuais da vida natural, surgem “putinhas dançando o chácháchá” nas calçadas de Copacabana. Bishop recaiu no alcoolismo.

A obsessão de Lota pela conclusão do parque e a crescente instabilidade emocional de Bishop contribuíram para que ambas enfrentassem uma forte crise em sua vida amorosa, agravada pelo tumulto da época, com a instalação da ditadura e o fim político de Lacerda.Os retratos nuançados de Lota e Bishop, bem como a reconstituição impecável do momento histórico, custaram a Carmen L. Oliveira muitos anos de pesquisa em documentos inéditos, correspondência das protagonistas, a obra de Bishop, ofícios de Lota, diários, agenda pessoal, jornais, revistas e depoimentos de confidentes. Daí emergiu uma história sensacional, envolvendo pessoas extraordinárias, como José Eduardo de Macedo Soares, D. Baby Lage, Carlos Lacerda, Roberto Burle Marx, Rachel de Queiroz e Alexander Calder, todos personagens do livro.

Para o jornalista Elio Gaspari, “Carmen L. Oliveira conta a história com um estilo de dar inveja e com o perfeito domínio dos grandes personagens que conviveram com as duas. Poucas vezes a figura do governador Carlos Lacerda, ainda que coadjuvante, apareceu tão bem retratada em sua energia e voracidade cultural.”Flores raras e banalíssimas é para quem gosta de uma boa história e de História. Livro que se lê de um fôlego só.

Obras:

  • 1988 - Trilhos e quintais (Rocco) - romance
  • 1995 - Flores Raras e Banalíssimas (Rocco) - romance
  • 2012 - Diga toda a verdade — em modo oblíquo (Rocco) - contos


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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