É uma escritora brasileira. Fez pós-graduação em Literatura pela Universidade de Notre Dame. Escreveu artigos para os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e para a revista Bravo!. Seu romance Flores Raras e Banalíssimas, sobre a relação amorosa entre Elizabeth Bishop e Lota de Macedo Soares, inspirou o flme Flores Raras, de Bruno Barreto.
São poucas as biografias da produção nacional em que a emoção é tão bem administrada. Certamente é a única em que a emoção feminina prevalece e encanta.
– Elio Gaspari
Flores raras e banalíssimas presta inestimável serviço:
perpetua de forma inesquecível a memória de Lota de Macedo Soares e, no
processo, preenche uma lacuna crucial na biografia de Elizabeth Bishop.
– The New York Times
Em dezembro de 1951, Elizabeth Bishop desembarcou no Rio
para uma escala de dois dias de uma longa viagem em que buscava um sentido para
sua vida. Encontrou Lota de Macedo Soares e ficou 16 anos. Flores raras e
banalíssimas, da escritora e tradutora carioca Carmen L. Oliveira, conta a história
desse amor entre a poeta americana e a esteta brasileira, veemente e dramático,
sob o pano de fundo do Brasil dos anos 50 e 60.
Lançado pela Rocco em 1995, o livro, que vem ganhando
sucessivas reimpressões e cativou leitores tanto no Brasil quanto nos Estados
Unidos, onde recebeu os prêmios da American Library Association e Lambda
Literary Award, chegou aos cinemas pelas mãos do diretor Bruno Barreto. Gloria
Pires e Miranda Otto encarnam Lota e Bishop, respectivamente, para reconstruir
na tela um dos mais formidáveis casais femininos da história recente.
Em sua dupla biografia, Carmen Oliveira mostra que os
primeiros tempos de vida em comum, junto à mata de Samambaia, em Petrópolis,
foram de grande felicidade para Lota e Bishop. Esta pode ser medida pelo fato
de que moraram durante anos em uma casa em construção, compensando a
precariedade com uma intensa devoção. Assumiram sua homossexualidade com
surpreendente naturalidade para a época. Bishop escreveu alguns de seus mais
marcantes poemas em Samambaia, conseguindo se afastar do alcoolismo.
Em 1961, Lota embarcou no ambicioso projeto de idealizar e
administrar a construção de um parque à beira-mar, no aterro do Flamengo. O
casal teve que se mudar para o Rio. A visão urbanística de Lota esbarrava em
interesses gananciosos e seus conceitos avançados de lazer e estética não
encontravam ressonância na burocracia e na política. Lota foi-se ausentando
cada vez mais de casa e, com imenso desgaste, canalizando suas energias para
superar os obstáculos sistematicamente colocados pelos que consideravam seu
plano visionário.
Bishop, antes apaziguada na casa na neblina, viu-se só, no
burburinho da cidade grande. Seu melhor depoimento sobre a cruel transição
entre a exuberância natural de Samambaia e o terror urbano está em seus poemas,
nos quais a bromélia é substituída por uma cadela sarnenta e, em vez das
imagens sensuais da vida natural, surgem “putinhas dançando o chácháchá” nas
calçadas de Copacabana. Bishop recaiu no alcoolismo.
A obsessão de Lota pela conclusão do parque e a crescente
instabilidade emocional de Bishop contribuíram para que ambas enfrentassem uma
forte crise em sua vida amorosa, agravada pelo tumulto da época, com a
instalação da ditadura e o fim político de Lacerda.Os retratos nuançados de Lota
e Bishop, bem como a reconstituição impecável do momento histórico, custaram a
Carmen L. Oliveira muitos anos de pesquisa em documentos inéditos,
correspondência das protagonistas, a obra de Bishop, ofícios de Lota, diários,
agenda pessoal, jornais, revistas e depoimentos de confidentes. Daí emergiu uma
história sensacional, envolvendo pessoas extraordinárias, como José Eduardo de
Macedo Soares, D. Baby Lage, Carlos Lacerda, Roberto Burle Marx, Rachel de
Queiroz e Alexander Calder, todos personagens do livro.
Para o jornalista Elio Gaspari, “Carmen L. Oliveira conta a
história com um estilo de dar inveja e com o perfeito domínio dos grandes
personagens que conviveram com as duas. Poucas vezes a figura do governador
Carlos Lacerda, ainda que coadjuvante, apareceu tão bem retratada em sua
energia e voracidade cultural.”Flores raras e banalíssimas é para quem gosta de
uma boa história e de História. Livro que se lê de um fôlego só.
Obras:
- 1988 - Trilhos e quintais (Rocco) - romance
- 1995 - Flores Raras e Banalíssimas (Rocco) - romance
- 2012 - Diga toda a verdade — em modo oblíquo (Rocco) - contos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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