Professor e polígrafo brasileiro
24 de junho de 1860, Laranjeiras, Sergipe (Brasil)
13 de abril de 1934, Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
[creditofoto]
João Ribeiro escreveu sobre história do Brasil,
obras didáticas, gramáticas e antologias
João Batista Ribeiro de Andrade Fernandes fez os
primeiros estudos na cidade natal e no Ateneu de Sergipe, em Aracaju, seguindo
em 1880 para a Bahia, onde cursou o primeiro ano da Faculdade de Medicina de
Salvador.
Abandonou os estudos para se fixar no Rio de
Janeiro, dedicando-se ao jornalismo e ao magistério particular. Em 1881,
começou a trabalhar no jornal O Globo, que então se inaugurava sob a direção de
Quintino Bocaiúva.
Em 1885, prestou concurso para o cargo de oficial
da secretaria da Biblioteca Nacional, classificando-se em primeiro lugar. Em
1887, submeteu-se novamente a concurso para a cadeira de português do Colégio
Pedro 2º, com a tese "Morfologia e colocação de pronomes". Embora
aprovado, só três anos depois foi nomeado, mas a cadeira que lhe coube foi a de
história universal e especialmente do Brasil. Tomou posse em 1890.
Em 1895 realizou a sua primeira viagem à Europa, em
missão oficial, como representante do Brasil no Congresso de Propriedade
Literária, realizado em Dresden. Permaneceu um ano na Alemanha. No ano
seguinte, participou do Congresso de Catálogo das Ciências, promovido pela
Royal Society, em Londres.
Retornou à Europa em 1901, como assessor da
delegação sob a presidência de Joaquim Nabuco, encarregada das negociações do
litígio anglo-brasileiro na questão da Guiana.
Em 1914, seguiu pela última vez para a Europa, onde
pretendia fixar residência definitivamente, estabelecendo-se na Suíça. Para
isso, vendeu em leilão tudo que possuía, inclusive sua biblioteca. A eclosão da
Primeira Guerra Mundial forçou-o, entretanto, a regressar ao Brasil.
Vasta obra
João Ribeiro não esteve entre os fundadores da
Academia Brasileira de Letras (1896), por estar na ocasião residindo na Europa.
Mas foi eleito na primeira vaga, quando do falecimento de Luís Guimarães Júnior
(1898). Foi recebido por José Veríssimo.
Professor de curso secundário, João Ribeiro
escreveu numerosas obras didáticas, gramáticas, antologias e compêndios, das
quais se destacam a "Seleta clássica" (1905) e sua "História do
Brasil" (1900), modelo de concisão, uma das mais lúcidas interpretações do
complexo nacional, sobretudo no período colonial, assinalando a contribuição do
índio e do negro na formação brasileira, até então menosprezada.
Como filólogo, destacam-se ainda: "Dicionário
gramatical", "Estudos filológicos", "Frases feitas" e
"Curiosidades verbais". Merece menção muito especial o estudo "A
língua nacional", marcando as diferenciações entre o português do Brasil e
o português de Portugal.
Outro aspecto de sua obra é a feição humanística.
Desses ensaios, os mais importantes são "Páginas de estética",
"O Fabordão", "Notas de um estudante", "Colméia"
e "Cartas devolvidas". Deve-se ainda a João Ribeiro valiosa
contribuição para o estudo do folclore, nas conferências que reuniu sob o
título "O folclore, estudos de literatura popular".
Poeta sem nenhum realce especial, deixou contudo
uma coletânea admirável de contos, "Floresta de exemplos", de 1931.
Foi também o tradutor de "Cuore" ("Coração"), de Edmondo De
Amicis, que na década de 1930 já chegara à 40ª edição em língua portuguesa.
Da vasta obra de João Ribeiro, compilada por Múcio
Leão, a relação de uma edição completa compreenderia nada menos de 57 volumes.
Destes, poucos foram publicados. Os volumes de crítica literária, por exemplo,
versam sobre um período de cerca de quarenta anos de atividade jornalística,
desde os romances de Machado de Assis e Lima Barreto aos primeiros livros de
Gilberto Freyre e José Lins do Rego.
Enciclopédia Mirador Internacional.
Fonte de origem:
http://educacao.uol.com.br/biografias/joao-ribeiro.jhtm
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