A Via-Sacra Azul do amor primeiro Veste hoje o luto que a desgraça veste No miserere do meu desespero...
-- Lotus diluído n’alma dum cipreste! Como um lilás eternizando abrolhos Tinge de roxo o arminho da grinalda, Rola a violeta santa dos teus olhos
-- Tufos de goivo em conchas de esmeralda.
No vácuo imenso das desesperanças E dos passados viços,
Recordo o beijo que te dei nas tranças Emolduradas num florão de riços.
E como um nume de pesar, plangente, Guarda a saudade que levou do Marne, Eu guardo o travo deste beijo ardente E a Nostalgia desta Pátria -- a Carne.
Sonho abraçar-te, pálida camélia, Mas neste sonho, langue e seminua, Pareces reviver a antiga Ofélia, Opalescência trágica da lua!
Tu, oh Quimera, de reverberantes E rubras asas de beliantos pulcros, Crava-lhe n’alma o tirso das bacantes,
Brande-lhe n’alma o frio dos sepulcros.
Reza-lhe todo o cantochão memento Dessa Missa de amor da Extrema Agrura, Abençoada pelo meu tormento
E consagrada pela sepultura.
E que ela suba na serena gaza
Dos mistérios dourados e serenos
À terra Ideal das púrpuras em brasa E ao Céu doirado e auroreal de Vênus!
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