Se de hum quadrado
Fizer hum ôvo
N'isso dou provas
De escriptor novo.
Sobre as abas sentado do Parnaso,
Pois que subir não pude ao alto cume,
Qual pobre, de hum Mosteiro á Portaria,
De trovas fabriquei este volume.
Vasias de saber, e de prosapia,
Não tractam de-Ariosto ou Lamartine
Nem recendem as ternas ambrosias
De Marsyas, Lamiras e Aritine.
Sam rithmas de tarello, atropeladas,
Sem metro, sem cadência e sem bitola,
Que formam no papel um ziguezague,
Como os passos de rengo manquitóla.
Grosseiras producções d'inculta mente,
Em horas de pachorra construídas;
Mas filhas de hum bestunto que não rende
Torpe lisonja ás almas fementidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário