Dois meses depois da promessa, e oito da partida dos sorteados, com as primeiras chuvas do inverno, a vila do Araçá se tornou toda festiva, como nas suas solenidades religiosas. No adro da igreja, com os músicos vestidos de branco, a filarmônica esperava o momento de romper com toda a sonoridade dos metais, quebrando o silêncio dos campos vizinhos com um dos seus "dobrados" retumbantes. As crianças corriam pelo capim espontante, molhando os pés nas gotas de sereno, ou da chuva da noite. Comerciantes, fazendeiros, agricultores, trajando as roupas domingueiras, conversavam porta dos estabelecimentos. É que voltavam ao Araçá, em gozo de licença, quatro dos oito conscritos do ano, que se haviam portado heroicamente em campanha. E, entre eles, já no posto de sargento, vinha, queimado do sol e com os sinais da fadiga no semblante, o João Vicente, filho de Maria Inácia.
De repente, um grito:
- Lá vêm eles!...
Na extremidade do caminho, longe, levantava-se uma nuvem de poeira. E, momentos depois, penetrava na praça, de roldão, a cavalhada luzidia dos parentes e dos amigos com os quatro soldados à frente, ao mesmo tempo que, tornando mais comunicativo o arrepio de entusiasmo, a banda de música atacava, com toda fúria dos instrumentos, o "dobrado" mais ruidoso do repertório
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