quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Cruz e Souza: ETERNO SONHO:



Talvez alguém estes meus versos lendo
Não entenda que amor neles palpita,
Nem que saudade trágica, infinita
Por dentro deles sempre está vivendo.
Talvez que ela não fique percebendo
A paixão que me enleva e que me agita,
Como de uma alma dolorosa, aflita
Que um sentimento vai desfalecendo.
E talvez que ela ao ler-me, com piedade,
Diga, a sorrir, num pouco de amizade,
Boa, gentil e carinhosa e franca:
— Ah! bem conheço o teu afeto triste...
E se em minha alma o mesmo não existe, 
É que tens essa cor e é que eu sou branca!

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