quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: Cruz e Souza: CRENÇA;



Filha do céu, a pura crença é isto Que eu vejo em ti, na vastidão das cousas, 

Nessa mudez castíssima das lousas, No belo rosto sonhador do Cristo.
A crença é tudo quanto tenho visto Nos olhos teus, quando a cabeça pousas 
Sobre o meu colo e que dizer não ousas
Todo esse amor que eu venço e que conquisto.
A crença é ter os peregrinos olhos Abertos sempre aos ríspidos escolhos; 
Tê-los à frente de qualquer farol
E conservá-los, simplesmente acesos Como dois fachos 
— engastados, presos Nas radiações prismáticas do sol!

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