quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Poesia de Quinta na Usina: D'Araújo: Sou o que todos somos (orgulho e pó):



Posso ler seu pensamento

Mesmo antes de ser pensado

Posso ouvir a sua voz  

Mesmo que não tenha falado.

 

Sou o avesso da vida

Porém não sou a morte

Sou apenas o prêmio

Pela sua grande sorte.

 

Não sou bruxo, poeta 

Ou profeta mais pode ler seu desejo

Mesmo antes de ser desejado

Posso ler todo o seu passado.

 

Interagir no seu presente e

Até mudar o seu futuro

Posso tornar claro o caminho escuro

Vejo a noite como o dia,

Faço o dia virar noite

Transformo o sol em lua

Sou o tudo ou o nada

O começo e o fim de toda estrada.

 

Sou fogo sou água

O fim de suas grandes mágoas

Não sou o mau nem tão pouco o bem

Sou aquilo que lhe convém

 

A arma de sua morte.

O renascer de um novo dia

Sou o guia da sua sorte

Ou a sorte que não veio

O vento que não soprou

A vela que não acende  

O sonho que não se entende.

 

Sou a vida, sou morte, sou sorte

Sou tudo que queres ser

A mão que não se estende

A carne que não vende

A terra, sol ou lua

 

Sou a vontade sua crua ou nua.

Sou o que todos somos

Orgulho e pó...

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