Na sala.
O MÉDICO (Tomando o chapéu) - A senhora não imagina como estimei por ter sido chamado para ver este senhor Jorge. Foi uma providência.
DONA MARIA - Por que, doutor?
O MÉDICO - Conheço-o, mas não sabia que se tratava dele. É o namorado, quase noivo de minha afilhada, filha do meu amigo Raposo. A menina gosta dele, e o pai já estava meio inclinado a consentir no casamento; tinham-lhe dado boas informações sobre este pândego. Agora, porém, vou prevenir o compadre, e dissuadir minha afilhada, que é muito dócil e me ouve acatamento.
DONA MARIA - Valha-me Deus! e sou eu a culpada de tudo isto! O MÉDICO - Culpada, por que?
DONA MARIA - Por ter mandado chamar o padrinho! Pobre rapaz!...
O MÉDICO - A senhora deve estar, pelo contrário, satisfeita, por ter indiretamente contribuído para este resultado. (Voltando-se para a alcova) Que grande patife! namorar uma menina pura como uma flor, e andar de carro, publicamente embriagado, em companhia de uma prostituta.
DONA MARIA - No carnaval tudo se desculpa.
O MÉDICO - Nada! - eu sou o padrinho, o segundo pai daquele anjo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário