quarta-feira, 13 de julho de 2022

Poesia de Quinta na Usina: Mário Quintana: Epístola aos novos bárbaros:


Jamais compreendereis a terrível simplicidade das [minhas palavras 
porque elas não são palavras: são rios, pássaros, [naves... 
no rumo de vossas almas bárbaras. 
Sim, vós tendes as vossas almas supersticiosamente [pintadas. 
e não apenas a cara e o corpo como os verdadeiros [selvagens. 
Sabeis somente dar ouvido a palavras que não [compreendeis, 
e todos os vossos deuses são nascidos do medo. E eu na verdade não vos trago a mensagem de [nenhum deus. 
Nem a minha... 
Vim sacudir o que estava dormindo há tanto dentro de [cada um de vós 
a limpar-vos de vossas tatuagens. 
E o frêmito que sentireis, então, nas almas transfiguradas não será do revôo dos anjos... 
Mas apenas o beijo amoroso e invisível do vento sobre a pele nua.


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