sábado, 23 de julho de 2022

Domingo na Usina: Biografias: David Herbert Lawrence:


 



David Herbert Lawrence ou D. H. Lawrence (Nottingham, 11 de Setembro de 1885Vence, 2 de Março de 1930) foi um escritor inglês, conhecido pelos seus romances, poemas e livros de viagens.
Com uma longa lista de obras publicadas se estendendo por muitos gêneros literários, D. H. Lawrence, inicialmente celebrado por sua proeza na criação literária, embora de modo controverso; passou a ser visto como um representante da ideologia fascista e nazista na literatura. Tendo vivido e produzido quando esta ideologia, norteada pelo anti-semitismo, começava a se desenvolver de maneira mais acentuada e ganhar peso político. Foi chamado pelo filósofo Bertrand Russell, com quem trocou correspondências amistosas durante algum tempo, por "proto-fascista alemão", quando os contornos da ideologia nazi-fascista passaram a se desenhar de maneira mais clara. E quando Bertrand Russell observou, para seu espanto, o posicionamento do escritor em relação ao estado de coisas da época. Lawrence era um anti-democrata e anti-republicano. Em suas cartas se referia ao mote da revolução francesa "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", que viria a culminar em uma das primeiras constituições democráticas e na formação da república, como "A serpente de três presas" [1]. Em 1953, Bertrand Russell, escreveu recordando-se de sua relação com Lawrence durante a Primeira Guerra Mundial: "Eu acreditava firmemente na democracia, enquanto ele desenvolveu toda a filosofia do fascismo antes dos políticos pensarem sobre isso."[2]Em uma carta endereçada à Blanche Jennings, Lawrence teria pré-figurado os campos de extermínio nazistas: 
"Se eu pudesse, eu construiria uma câmara letal tão grande quanto o 'Crystal Palace', com uma banda militar tocando suavemente, e um cinematógrafo trabalhando brilhantemente; depois eu sairia pelas ruelas e avenidas e os levaria para dentro, todos os doentes, os mancos, os mutilados; eu os levaria gentilmente, e eles me sorririam agradecendo cansados; e a banda tocaria suavemente o 'Coro Hallelujah'"[3]. A crítica mais próxima de nosso tempo passou a apontar outros pontos que denotam o anseio anti-democrático do escritor, e sua simpatia por formas de sociabilidade exclusórias e discriminatórias. A crítica Kate Millet classificou a obra de D.H. Lawrence como uma pornografia sádica; e sobre Woman Who Rode Away afirmou que o conto faz o retrato de um "sacrifício humano imposto sobre a mulher para a maior glória e potência do macho"[4]. Embora as personagens femininas de Lawrence geralmente sejam retratadas por ele como personagens fortes e independentes, e fora de sua ficção Lawrence tenha feito declarações positivas sobre a mulher, essas personagens assumem na linha narrativa a forma de um contra-ponto necessário à exaltação de uma "heroicidade" trágica dos personagens masculinos, injustiçados pela "maldade" colocada em ato pela força das anteriores. Entre outros críticos que se debruçaram sobre a obra de Lawrence, pode-se mencionar Brenda Maddox, escritora, jornalista e biógrafa, que disse serem St. Mawr e The Princess "obras-primas do ódio às mulheres"[5], e John R. Harrison, que chama a atenção para o evidente sadismo e racismo que percorrem toda a sua obra[6]
Logo após a sua morte, entre os obituários que a noticiaram houve um consenso quase unânime em tratar o escritor com hostilidade ou pouca simpatia. Não obstante a péssima reputação póstuma de Lawrence, alguns críticos e escritores, como F. R. Leavis e Aldous Huxley, respectivamente, ressaltaram a importância que sua obra teria como uma contribuição à tradição da escrita literária ficcional em língua inglesa. Também os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari encontraram na crítica que Lawrence faz de Sigmund Freud — apesar da inconsistência dos escritos filosóficos do escritor — um importante precursor de relatos anti-edipianos do inconsciente.[7]
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