sábado, 2 de janeiro de 2021

Domingo na Usina; Biografias: Henry Graham Greene:

 


Henry Graham Greene (Berkhamsted, 2 de outubro de 1904 – Vevey, 3 de abril de 1991), mais conhecido como Graham Greene, foi um jornalista e escritor britânico, com uma obra composta de romances, contos, peças teatrais e críticas de literatura e de cinema. 
Formou-se na Universidade de Oxford, e começou sua carreira como jornalista trabalhando como repórter e subeditor do The Times. Publicou cerca de 60 romances. 
Ao longo de sua vida, Greene esteve em vários países bem distantes da Inglaterra, aos quais ele se referia como lugares selvagens e remotos do mundo. Em 1935, visitou a África (especialmente Serra Leoa e Libéria), onde, além de buscar material para seus artigos do Times e para um futuro livro (Journey Without Maps), também prestou serviços à Anti-Slavery and Aborigines' Protection Society [1][2] 
As viagens o levaram a ser recrutado pelo MI6, o serviço secreto britânico, por meio de sua irmã, Elisabeth, que trabalhava para a organização, e ele foi enviado para Serra Leoa durante a Segunda Guerra Mundial.[3] Assim, de 1941 a 1943, ele trabalhou para a inteligência britânica, em Freetown. Muitos de seus romances, a partir de então, tiveram como tema ou pano de fundo a espionagem. Kim Philby (que posteriormente descobriu-se ser um agente duplo, ao serviço da KGB) era seu supervisor no MI6 e seu amigo.[4][5] Posteriormente, Greene escreveria o prefácio do livro de memórias de Philby, My Silent War (1968). 
Em seus romances, o escritor retrata pessoas que encontrou e lugares onde viveu. Deixou a Europa pela primeira vez aos 30 anos de idade, em 1935, rumo à Libéria. Essa viagem seria a inspiração para o livro Journey Without Maps.[6] Sua viagem ao México em 1938, para observar os efeitos da campanha anticatólica do governo, que promovia a secularização forçada, foi paga pela editora Longman[7] e assunto de dois livros. 
O seu primeiro livro de sucesso foi O Expresso do Oriente (1932). Dentre outras obras, incluem-se O Poder e a Glória (1940), Our Man in Havana (1958, "Nosso homem em Havana"br e "O Nosso Agente em Havana"pt) e O Fator Humano (1978). Muitas de suas obras foram transformadas em filmes, como por exemplo O Ídolo Caído. Suas obras falam muito de situações políticas de países pouco conhecidos e aos quais viajava frequentemente, como Cuba e Haiti. 
Outra temática frequente em sua obra é a religião. Tendo se convertido ao catolicismo em 1926, os dilemas morais e espirituais de sua época eram representados por intermédio de suas personagens. Graham Greene era considerado o maior 'escritor católico' da Grã-Bretanha, apesar de sua resistência em ser retratado dessa maneira. 
Existem peças teatrais de sua autoria, como "O amante complacente" (The Complaisant Lover), 1959, publicado no Brasil em 1966 pela Editora Itatiaia, "O galpão do jardim" (The potting sheed — 1956–1957), "O living room" (The linving room), 1958, "Esculpindo uma estátua", em espanhol Tallando una estatua (Carving a statue), 1964. 
Foi também autor de quatro livros infantis: O Pequeno Comboio (1946), O Pequeno Carro de Bombeiro (1950), O Pequeno Ônibus a Cavalos (1952) e O Pequeno Rolo Compresor a Vapor (1953). 
Greene e Shirley Temple 
Em 1937, Greene era editor da revista literária britânica Night and Day e escreveu uma crítica sobre o filme Wee Willie Winkie (1937), estrelado por Shirley Temple, então com oito anos. O texto assinalava a coqueteria da pequena atriz e o efeito que ela provocava entre homens de meia idade e clérigos. Em consequência desse comentário, Greene foi alvo de um processo judicial movido pela Twentieth Century Fox.[8] Temendo ser preso, o escritor refugiou-se no México, país que não permitia a extradição — e que inspiraria seu livro The Power and the Glory. Afinal, a justiça decidiu em favor do estúdio — concordando com o advogado dos demandantes, que se referiram à resenha de Greene como "uma das calúnias mais horríveis que se pode imaginar". Assim, foi fixada uma indenização de 3.500 libras, das quais £500 saíram do bolso de Greene. O restante foi pago pela revista.[9]
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