sábado, 20 de fevereiro de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Camilo de Almeida Pessanha:

 


Camilo de Almeida Pessanha (Coimbra, 7 de Setembro de 1867 — Macau, 1 de Março de 1926) foi um poeta português.[1]
É considerado o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa, além de antecipador do princípio modernista da fragmentação.[2] A sua obra influenciou escritores como Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Wenceslau de Moraes, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade.[carece de fontes]
Camilo Pessanha nasceu como filho ilegítimo de Francisco António de Almeida Pessanha, um aristocrata estudante de Direito e de Maria Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, sua empregada, em 7 de setembro de 1867, às 11h00, na Sé Nova, Coimbra, Portugal. O casal teria mais quatro filhos.[3]
Tirou o curso de direito em Coimbra. Procurador Régio em Mirandela (1892), advogado em Óbidos, em 1894, transfere-se para Macau, onde, durante três anos, foi professor de Filosofia Elementar no Liceu de Macau, deixando de leccionar por ter sido nomeado, em 1900, conservador do registo predial em Macau e depois juiz de comarca.[1] Entre 1894 e 1915 voltou a Portugal algumas vezes, para tratamento de saúde, tendo, numa delas, sido apresentado a Fernando Pessoa que era, como Mário de Sá-Carneiro, apreciador da sua poesia.
Foi iniciado na Maçonaria em 1910, na Loja Luis de Camões em Macau, com o nome simbólico de Angélico.[4]
Publicou poemas em várias revistas e jornais, mas seu único livro Clepsidra (1920), foi publicado sem a sua participação (pois se encontrava em Macau) por Ana de Castro Osório, a partir de autógrafos e recortes de jornais. Graças a essa iniciativa, os versos de Pessanha se salvaram do esquecimento.[1] Posteriormente, o filho de Ana de Castro Osório, João de Castro Osório, ampliou a Clepsidra original, acrescentando-lhe poemas que foram encontrados. Essas edições foram publicadas em 1945, 1954 e 1969.[3]
Na area da imprensa, encontra-se colaboração da sua autoria nas revistas Ave Azul[5] (1899-1900), Atlantida[6] (1915-1920) e Contemporânea[7] [1915]-1926 e, postumamente, na revista Prisma[8] (1936-1941).
Camilo Pessanha morreu a 1 de Março de 1926 em Macau, devido ao uso excessivo de ópio e a tuberculose pulmonar.[3] A sua campa encontra-se no Cemitério São Miguel de Arcanjo, em Macau.[9]
Em 1949, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o poeta dando o nome dele a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.[10]
Obra e características estéticas
Além das características simbolistas que sua obra assume, já bem conhecidas, Camilo Pessanha antecipa alguns princípios de tendências modernistas.
Camilo Pessanha buscou em Charles Baudelaire, proto-simbolista francês, o termo “Clepsidra”, que elegeu como título do seu único livro de poemas, praticando uma poética da sugestão como proposta por Mallarmé, evitando nomear um objeto direta e imediatamente.[3]
Por outro lado, segundo o investigador da Universidade do Porto Luís Adriano Carlos,[11] o seu chamado "metaforismo" entraria no mesmo rol estético do imagismo, do inteseccionismo e do surrealismo, buscando as relações analógicas entre significante e significado por intermédio da clivagem dinâmica dos dois planos.[1]
Junto de sua fragmentação sintática, que segundo a investigador da Universidade do Minho Maria do Carmo Pinheiro Mendes substitui um mundo ordenado segundo leis universalmente reconhecidas por um mundo fundado sobre a ambiguidade, a transitoriedade e a fragmentação,[12] podemos encontrar na obra de Camilo Pessanha, de acordo com os dois autores citados, duas características que costumam ser mais relacionadas à poesia moderna que ao Simbolismo mais convencional.
Obras

Manuscritos

Poesia

Caderno Poético de Camilo Pessanha. (A.H.M.)

Ó Meu Coração Torna para Trás. s.d., s.l.. (B.N.L.)

Viola Chinesa . s.d., s.l. (poema dedicado a Wenceslau de Moraes). (B.N.L.)

Desejos. 8 Novembro 1889. (B.M.P.)

San Gabriel. Macau, 7 Maio 1898. (B.N.L.)

Rosas de Inverno. Macau, 1901. (B.N.L.)

Passou o Outono Já, Já Torna o Frio… Lisboa, 20 Janeiro 1916. (B.M.P.)

Processos judiciais

Camilo Pessanha Advogado Oficioso (Processo Crime). Macau, 1894. (A.T.)

Camilo Pessanha Queixoso (Processo Crime). Macau, 1911. (A.T.)

Camilo Pessanha Juiz Substituto (Processo Civil). Macau, 1917. (A.T.)

Camilo Pessanha Conservador do Registo Predial. Macau, 1919. (A.T.)

Impressos

Poesia

Livros.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Pessanha

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