sábado, 20 de fevereiro de 2021

Domingo na Usina: Biografias: Maria de Fátima de Bivar Velho da Costa:

 


Maria de Fátima de Bivar Velho da Costa GOIH • GOL (Lisboa, 26 de junho de 1938 - Lisboa, 23 de maio de 2020) foi uma escritora portuguesa.
Maria Velho da Costa nasceu a 26 de junho de 1938 em Lisboa, filha natural legitimada pelo subsequente casamento de seus pais, Afonso Jaime de Bivar Moreira de Brito Velho da Costa e sua segunda mulher Julieta Vaz Monteiro da Assunção. O pai, oficial de Infantaria, promovido a coronel em 1955, tornou-se membro do corpo de censores à imprensa na comissão de censura de Lisboa em 1958.
Licenciou-se em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professora no ensino secundário e presidente da Associação Portuguesa de Escritores.[1] Tem o Curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi membro da Direcção e Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, de 1973 a 1978. Foi leitora do Departamento de Português e Brasileiro do King's College - Universidade de Londres, entre 1980 e 1987.
Foi incumbida pelo Estado Português de funções de carácter cultural: foi Adjunta do Secretário de Estado da Cultura em 1979 e Adida Cultural em Cabo Verde de 1988 a 1990.[1] Adicionalmente, desempenhou funções na Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e trabalhou ainda no Instituto Camões.
Teve, desde 1975, colaboração regular em argumentos cinematográficos, nomeadamente em películas de João César Monteiro, Margarida Gil e Alberto Seixas Santos.
Consagrada, já em 1969, com o romance Maina Mendes, tornou-se mais conhecida depois da polémica em torno das Novas Cartas Portuguesas (1972), obra em que se manifesta uma aberta oposição aos valores femininos tradicionais. Esta publicação claramente antifascista e altamente provocatória para o regime, levou as suas três autoras a tribunal, tendo o 25 de Abril interrompido as sanções a que estavam sujeitas as denominadas Três Marias: Maria Velho da Costa, Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno. [2][3]
Às teses de reivindicação feminina já enunciadas em Novas Cartas Portuguesas, acrescenta-se, na sua obra, um inconformismo quanto aos cânones narrativos. Inconformismo esse que se pode verificar também na sua obra de ensaio.
Foi casada com o sociólogo Adérito Sedas Nunes.
Morreu no dia 23 de maio de 2020 em Lisboa, aos 81 anos.[4]
Prémios e Reconhecimento
Foi premiada com:
Prémio Vergílio Ferreira, da Universidade de Évora, em 1997, pelo conjunto da sua obra

Prémio Camões, em 2002

Prémio Correntes de Escritas, em 2008, pelo seu romance Myra

Grande Prémio de Literatura dst, em 2010, por Myra

Recebeu do Estado Português as condecorações:
Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de junho de 2003)

Grande-Oficial da Ordem da Liberdade de Portugal (25 de abril de 2011)

Em 2020, a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), criou em sua homenagem o Prémio de Literatura Maria Velho Costa, com o qual, premiou no mesmo ano, a autora Teresa Noronha pelo o seu livro Tornado.
Obras publicadas
Entre as suas obras encontram-se: [5][6]
O Lugar Comum (1966)

Maina Mendes (1969)

Ensino Primário e Ideologia (1972)

Novas Cartas Portuguesas - com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno (1972)

Desescrita (1973)

Cravo (1976)

Português; Trabalhador; Doente Mental (1977)

Casas Pardas (1977)

Da Rosa Fixa (1978)

Corpo Verde (1979)

Lucialima (1983)

O Mapa Cor de Rosa (1984)

Missa in Albis (1988)

Das Áfricas — com José Afonso Furtado (1991)

Dores — contos, com Teresa Dias Coelho (1994)

Irene ou o Contrato Social (2000)

O Livro do Meio - com Armando Silva Carvalho (2006)

Myra (2008, Assírio & Alvim)

O Amante do Crato (2012)
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